O que é texto?
O que é
texto?
30/04/2021
Ao pesquisar o conceito de texto você imagina
que é algo relativamente fácil, mas de acordo com a pesquisa percebe-se que não
é tão simples, pois diversos são os conceitos que ora se parecem e ora são tão
distintos. Vejamos o que diz alguns autores:
Texto na percepção de Bernárdez (1982): é unidade
linguística comunicativa fundamental, produto de uma atividade verbal humana,
que possui sempre caráter social, está caracterizado por seu campo semântico e
comunicativo, assim por sua coerência profunda e superficial, devida à intenção
(comunicativa) do falante criar um texto íntegro, e à sua estruturação mediante
os conjuntos de regras: as próprias de nível textual e as do sistema da língua.
O termo "texto"
tem sido definido em sentido amplo e estrito. Em sentido amplo, diz KOCH
(1984): "o texto é qualquer manifestação através de um estoque de sinais
de um código. Pode designar toda e qualquer manifestação da capacidade textual
do ser humano" em um poema, em um romance, em uma pintura, em um filme,
etc., "isto é, qualquer tipo de comunicação realizada o meio de um sistema
de signos", incluindo, portanto, outros sistemas não-verbais.
Mas segundo Koch & Travaglia (1992): texto é
uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão ou audição), que é
tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte, leitor), em uma
situação de interação comunicativa específica, como uma unidade de sentido e
como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e reconhecida,
independentemente de sua extensão.
Segundo
Platão e Fiorin (2000), dificilmente podemos definir o que é um texto.
Entretanto, esses autores nos dão algumas características do que um texto deve
apresentar. Para eles, um texto deve conter coerência de sentido, pois não
podemos apenas disponibilizar algumas frases sem conectá-las adequadamente umas
às outras. Ao utilizarmos os conectivos adequados estaremos interligando as
orações e diminuiremos o risco de comprometer a ideia central do texto.
Para Bakhtin (2003), texto é todo sistema
de signos cuja coerência e unidade se deve à capacidade de compreensão do homem
na sua vida comunicativa e expressiva.
Para Marcuschi (2008), o que faz um texto ser
um texto é a discursividade, inteligibilidade e articulação que ele põe em
andamento.
DIFERENÇAS ENTRE TEXTOS
DIGITAIS |
NÃO DIGITAIS |
Há uma
aproximação imediata de leitores. |
Não é
possível uma aproximação imediata de leitores. |
A escrita
tem um modelo mais informal. |
A escrita
tende a ser mais formal. |
Formatação:
o espaçamento entre as linhas e as fontes maiores são aproveitadas para
tornar a leitura mais dinâmica. |
Formatação:
há pouco espaço físico, o que faz a fonte ser menor, para que não deixe
nenhuma informação importante fora da publicação. |
|
|
O conceito de texto que mais se adequa a esse
momento é o de Koch & Travaglia (1992),
onde diz que texto é uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão
ou audição), que é tomada pelos usuários da língua (falante, escritor/ouvinte,
leitor), em uma situação de interação comunicativa específica, como uma unidade
de sentido e como preenchendo uma função comunicativa reconhecível e
reconhecida, independentemente de sua extensão.
Pois é um conceito bem presente, onde permeia
o momento no qual estamos vivendo, observando assim a importância da interação
comunicativa dentro de todo o contexto social atual.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BAKHTIN,
B.B. O problema do texto na linguística, na filologia e em outras ciências
humanas. Uma experiência de análise filosófica. In: Estética da criação verbal.
Trad. P. Bezerra. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
BERNÁRDEZ, Enrique. Introdución a
la lingüística del texto. Madrid: Espasa-Calpe, 1982.
FIORIN, José Luiz; PLATÃO, Francisco
Savioli. Lições de texto: Leitura e redação. 4. ed. São Paulo: Ática, 2000.
https://academiadojornalista.com.br. Acesso em 30 de março 2021.
KOCH,
I. G. V. Argumentação e Linguagem.
São Paulo: Cortez, 1984.
KOCH, Ingedore; TRAVAGLIA, Luiz C. Texto e coerência.
São Paulo: Cortez, 1992.
MARCUSCHI,
Luiz Antônio, Produção Textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo:
Parábola, 2008.
MARCUSCHI, L. A. Gêneros textuais
emergentes no contexto da tecnologia digital. In: MARCUSCHI, L. A. & XAVIER
A. C. Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção de sentido. 3.
ed. São Paulo: Cortez, 2010.
Comentários
Postar um comentário